«Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»
De facto, Deus
pode permitir que pequemos; repara em Pedro, o corifeu dos apóstolos, o
fundamento inabalável, a rocha indestrutível, o primeiro da Igreja, o porto
inexpugnável, a torre inabalável, este Pedro que tinha dito a Cristo: «Mesmo
que tenha de morrer contigo, não Te negarei!» (Mt 26,35); Pedro que, por uma
revelação divina, tinha confessado a verdade: «Tu és o Messias, o Filho de Deus
vivo».
Como já disse,
Deus dispôs que assim fosse e permitiu que Pedro pecasse porque pretendia
confiar-lhe um povo numeroso, e receava que a sua rudeza, combinada com a
impecabilidade, o tornasse impiedoso com os seus irmãos. Pedro sucumbiu ao
pecado a fim de que, recordado da sua falta e da benevolência do Senhor,
pudesse ter pelos outros uma graça de filantropia, em conformidade com o
desígnio concebido por Deus. A queda foi permitida àquele a quem a Igreja seria
confiada, à coluna das Igrejas, à porta da fé, a queda foi permitida a Pedro, o
doutor do Universo, para que o perdão por ele recebido fosse o fundamento do
seu amor pelos outros. (Homilia atribuída a
São João Crisóstomo: «Sobre o apóstolo Pedro e o profeta Elias»)
Sem comentários:
Enviar um comentário