quinta-feira, 6 de maio de 2021

JESUS, TEM PIEDADE DE MIM

 «Mas ele gritava ainda mais»


Ouvindo aquele grande vozear das pessoas, o cego perguntou: o que é isto? Responderam-lhe: é Jesus de Nazaré. Então inflamou-se-lhe tanto a alma na fé em Cristo, que gritou: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim».

Não te dá vontade de gritar também, a ti que estás parado na berma do caminho, desse caminho da vida que é tão curta; a ti, a quem faltam luzes; a ti, que necessitas de mais graça para te decidires a procurar a santidade? Não sentes urgência em clamar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim»? Que bela jaculatória para repetires com frequência!

Aconselho-vos a meditar com vagar sobre as circunstâncias que precedem o prodígio, para conservardes bem gravada na vossa mente uma ideia muito nítida: como os nossos pobres corações são diferentes do Coração misericordioso de Jesus! Isto ser-vos-á sempre muito útil, de modo especial nos momentos de prova, de tentação, e também à hora da resposta generosa, nos pequenos afazeres do dia-a-dia ou nas ocasiões heróicas.

Muitos repreendiam-no para o fazer calar. Tal como a ti, quando suspeitaste de que Jesus passava a teu lado. Acelerou-se o bater do teu coração e começaste também a clamar, movido por uma íntima inquietação. E amigos, costumes, comodidade, ambiente, todos te aconselharam: cala-te, não grites! Porque hás de chamar por Jesus? Não O incomodes!

Mas o pobre Bartimeu não os ouvia e continuava a gritar, ainda com mais força: «Filho de David, tem piedade de mim». O Senhor, que o ouviu desde o começo, deixou-o perseverar na sua oração. Contigo, procede da mesma maneira. Jesus apercebe-Se do primeiro apelo da nossa alma, mas espera. Quer que nos convençamos de que precisamos dele; quer que Lhe roguemos, que sejamos teimosos, como aquele cego que estava à beira do caminho, à saída de Jericó. Imitemo-lo. Ainda que Deus não nos conceda imediatamente o que Lhe pedimos, e apesar de muitos procurarem afastar-nos da oração, não cessemos de Lhe implorar. (S. Josemaria Escrivá de Balaguer: Homilia «Vida de fé», em «Amigos de Deus», n.º 195)

Sem comentários:

Enviar um comentário