sexta-feira, 7 de maio de 2021

CHAMADO DE MATEUS APÓSTOLO

 O publicano que foi libertado para o Reino de Deus


Mateus, o publicano, recebeu por alimento «o pão da vida e da inteligência» (Sir 15,3); e foi com essa mesma inteligência que deu em sua casa um grande banquete para o Senhor Jesus, pois tinha recebido uma graça abundante, em conformidade com o seu nome [que quer dizer «dom do Senhor»]. Um presságio desse banquete de graças havia sido preparado por Deus: tendo sido chamado enquanto estava no seu posto de cobrança, ele seguiu a Cristo e «ofereceu-Lhe, em sua casa, um grande banquete» (Lc 5,29). Ofereceu-Lhe um banquete, dos grandes – um banquete real, diríamos nós.

Mateus é, de facto, o evangelista que nos mostra Cristo Rei através da sua família e dos seus actos. Logo no início da sua obra, declara: «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David» (Mt 1,1). Em seguida, comenta que o recém-nascido foi adorado pelos magos como Rei dos judeus; depois, tecendo o resto da narração com régios feitos e parábolas do Reino, termina com as próprias palavras de um Rei que já está coroado pela glória da ressurreição: «Foi-Me dado todo o poder no Céu e na Terra» (28,18). Se examinarmos bem o conjunto da sua redacção, reconheceremos que toda ela respira os mistérios do Reino de Deus. Nada de espantoso há nisto; Mateus tinha sido publicano, e fora chamado do serviço público do reino de pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino de justiça. E, como homem verdadeiramente grato para com o grande Rei que o tinha libertado, serviu com fidelidade as leis do seu Reino. (Ruperto de Deutz: As Obras do Espírito Santo, IV, 14).

Imagem: S. Ruperto de Deutz.

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