O publicano que foi libertado para o Reino de Deus
Mateus é, de
facto, o evangelista que nos mostra Cristo Rei através da sua família e dos
seus actos. Logo no início da sua obra, declara: «Genealogia de Jesus Cristo,
filho de David» (Mt 1,1). Em seguida, comenta que o recém-nascido foi adorado
pelos magos como Rei dos judeus; depois, tecendo o resto da narração com régios
feitos e parábolas do Reino, termina com as próprias palavras de um Rei que já
está coroado pela glória da ressurreição: «Foi-Me dado todo o poder no Céu e na
Terra» (28,18). Se examinarmos bem o conjunto da sua redacção, reconheceremos
que toda ela respira os mistérios do Reino de Deus. Nada de espantoso há nisto;
Mateus tinha sido publicano, e fora chamado do serviço público do reino de
pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino de justiça. E, como homem
verdadeiramente grato para com o grande Rei que o tinha libertado, serviu com
fidelidade as leis do seu Reino. (Ruperto de
Deutz: As Obras do Espírito Santo, IV, 14).
Imagem: S. Ruperto de Deutz.
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