Sê, pois, como Maria, animada pelo desejo da sabedoria
Sê, pois, como
Maria, animada pelo desejo da sabedoria; aí está uma obra maior, mais perfeita.
Que as preocupações do ministério te não impeçam de aprender a conhecer a
palavra celeste. Não critiques nem consideres ociosos aqueles que vires
aplicarem-se à sabedoria, pois Salomão, o pacífico, convidou-a para sua casa,
para que permanecesse com ele (cf. Sab 9, 10). Não se trata, porém, de censurar
Marta pelos b ons serviços por ela prestados; Maria tem a preferência por ter escolhido
a melhor parte. Jesus possui múltiplas riquezas, que distribui com largueza; a
mais sábia escolheu aquela que reconheceu ser a principal.
Aliás, os
apóstolos também não acharam que devessem abandonar a palavra de Deus para
servir às mesas (cf. At. 6, 2). Mas ambas as coisas são obra da sabedoria; pois
Estêvão também estava cheio de sabedoria, e foi escolhido como servidor. […] É
que o corpo da Igreja é um só; e, se os seus membros são diversos, é porque
precisam uns dos outros. “O olho não pode dizer à mão: ‘Não tenho necessidade
de ti’” (1Cor 12, 21). […] Se alguns membros são mais importantes, os outros nem
por isso deixam de ser necessários. A sabedoria reside na cabeça, a actividade
nas mãos. “O sábio tem os olhos na cabeça”, diz o Eclesiástico (2, 14), porque
o verdadeiro sábio é aquele cujo espírito está em Cristo e cujo olhar interior
se eleva para as alturas. (Santo Ambrósio de Milão: Tratado sobre o Evangelho
de S. Lucas)
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