quarta-feira, 26 de maio de 2021

ESCRAVO OBEDIENTE

«Dar a vida pela redenção de todos»


Um Deus que serve, que varre a casa, que realiza trabalhos penosos – qualquer destes pensamentos deveria bastar para nos encher de amor! Quando o Salvador começou a pregar o seu evangelho, tornou-Se «o escravo de todos», Ele que afirmou de Si mesmo que «não veio para ser servido, mas para servir»; foi como se tivesse dito que queria ser escravo de todos os homens. E, no final da sua vida, conforme dizia São Bernardo, «não contente com o facto de ter tomado a condição de servo para Se colocar ao serviço dos homens, quis ainda tomar a aparência de servo indigno, para ser maltratado e suportar o castigo que devia cair sobre nós, em consequência dos nossos pecados».

Eis que o Senhor, escravo obediente, Se submeteu à injusta sentença de Pilatos e Se entregou aos seus algozes. [...] Tanto nos amou Deus que, por amor de nós, quis obedecer como escravo e morrer de morte dolorosa e infame, o suplício da cruz (cf. Fil 2,8).

Ora, em tudo isso Ele obedecia, não como Deus, mas como homem, como escravo, cuja condição assumira. Tal santo entregou-se como escravo para resgatar um pobre e atraiu a admiração do mundo devido a esse ato heróico de caridade. Mas que caridade é essa, comparada com a do Redentor, que, sendo Deus e querendo resgatar-nos da escravidão do diabo e da morte, que nos era devida, Se tornou Ele mesmo escravo e Se deixou pregar na cruz? «Para que o escravo se torne senhor», dizia Santo Agostinho, «Deus quis fazer-Se escravo». (Santo Afonso-Maria de Ligório: Obras, t. 14).

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