sábado, 15 de maio de 2021

O CALVÁRIO E A MISSA

A Sua vida, superior a todas as vidas…


Há certas coisas na vida que são demasiado belas para serem esquecidas como, por exemplo, o amor de mãe.

A imagem daquela que nos deu o ser é para cada um de nós uma espécie de tesouro.

O amor dos soldados que sacrificaram as suas vidas pelo seu país é também demasiadamente belo para que o deixemos cair no esquecimento e, por isso, prestamos homenagem à sua memória. A maior bênção, porém, de quantos vieram ao mundo, foi, certamente, a visita do Filho de Deus, sob a forma humana. À Sua vida, superior a todas as vidas, é demasiadamente bela para ser esquecida, e é por isso que exaltamos a divindade das Suas palavras na Sagrada Escritura, e a caridade dos Seus feitos nas nossas acções de cada dia.

Infelizmente, algumas almas limitam-se apenas a estas lembranças quando, na verdade, por muito importantes que sejam essas palavras e acções, não são a maior característica do Divino Salvador.

O acto mais sublime da história de Cristo foi a Sua Morte.

A morte é sempre importante porque sela um destino.

Qualquer homem moribundo representa um cenáculo, e este é sempre um lugar sagrado. A literatura do passado deu especial relevo às emoções que rodeiam a morte, e é essa a razão pela qual ela nunca passou de moda. De todas as mortes registradas no mundo dos homens, nenhuma, no entanto, foi tão importante como a morte de Cristo.

Todo aquele que nasceu veio ao mundo para morrer.

A morte foi um triste ponto final para a vida de Sócrates, mas foi uma coroa para a vida de Cristo. Ele próprio nos disse que veio “para dar a Sua vida pela redenção de muitos”. Ninguém poderia tirar-Lha, mas Ele podia dá-la voluntariamente.

Se, portanto, a morte foi o principal momento para o qual Cristo viveu, ela foi também a única coisa pela qual Ele quis ser lembrado. Jesus não pediu aos homens que registrassem as Suas palavras numa Escritura, nem tão pouco que a Sua bondade para com os pobres ficasse gravada na história; mas pediu que os homens recordassem a Sua morte. Para que essa memória não fosse entregue ao acaso das narrativas humanas, Ele próprio instituiu a maneira como devia ser lembrada.

Essa memória foi instituída na noite anterior à Sua morte e, desde então, se chamou “A Última Ceia”. Tomando o pão nas Suas mãos, Jesus disse: “este é o Meu Corpo que se dá por vós; fazei isto em memória de Mim.

Tomou também depois, da mesma maneira, o cálice, dizendo: “Este é o cálice do Novo Testamento em Meu Sangue que será derramado por vós (S. Lucas, 22,19-20). (Venerável Fulton Sheen: “O Calvário e a Missa”).

NOTA:

O decreto de beatificação foi assinado pelo Papa Francisco em 5 de Julho de 2019.

Imagem
Fulton Sheen
Archevêque, Venerável
(1895-1979)

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