Cristo escolheu os apóstolos entre os pecadores
Esse Pedro, que
assim fala, era um pescador, mas agora merece grandes louvores como pregador,
se é que ainda se pode nele reconhecer aquele que pescava. Por isso, o Apóstolo
Paulo diz aos primeiros cristãos: De fato, irmãos, reparai em vós mesmos, os
chamados: não há entre vós muitos sábios de sabedoria humana, nem muitos
poderosos, nem muitos de família nobre. Mas o que para o mundo é loucura, Deus
o escolheu para envergonhar os sábios, e o que para o mundo é fraqueza, Deus o
escolheu para envergonhar o que é forte. Deus escolheu o que no mundo não tem
nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que
são alguma coisa (1Cor 1, 26-28).
Se, pois, Cristo
tivesse escolhido primeiro um orador, diria este: “Fui escolhido por causa da
minha eloquência”. Se tivesse escolhido um senador, diria este: “Fui escolhido
por causa da minha dignidade”. Por fim, se tivesse escolhido um imperador, este
diria: “Fui escolhido por causa do meu poder”. Calem-se esses, esperem e
acalmem-se um pouco: não serão abandonados nem desprezados; mas sejam postos um
pouco à parte os que podem gloriar-se de si mesmos.
Dá-me, disse ele,
aquele pescador, dá-me aquele ignorante, dá-me aquele incapaz; dá-me aquele com
quem o senador não se digna falar, mesmo quando compra um peixe: dá-me esse.
Quando eu o tiver transformado, ficará claro que fui eu que agi. Também agirei
no senador, no orador e no imperador; mas se trabalhei no senador, trabalharei
com mais segurança no pescador. O senador poderá gloriar-se de si mesmo, como
também o orador e o imperador; mas o pescador só pode gloriar-se de Cristo.
Para ensinar a humildade que salva, venha primeiro o pescador; por meio dele o
imperador será mais facilmente convencido.
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