A todos eles vai nosso louvor, nosso elogio, nossa admiração!
A todos eles vai,
ó venerável Ambrósio, nosso louvor, nosso elogio, nossa admiração! Quem seria
tão estulto que, não podendo igualá-los, não deseje ao menos imitar estes
homens, a quem nenhuma violência conseguiu desviá-los da fé dos Padres?
Ameaças, lisonjas, esperança de vida, temor à morte, guardas, corte, imperador,
autoridades, não serviram de nada: homens e demónios foram impotentes ante
eles. Seu tenaz apegamento à Fé antiga os fez dignos, aos olhos do Senhor, de
uma grande recompensa. Por meio deles, Ele quis levantar as Igrejas prostradas,
voltar a infundir nova vida às comunidades cristãs esgotadas, restituir aos
sacerdotes as coroas caídas. Com as lágrimas dos bispos que permaneceram fiéis,
Deus tem limpado, como com uma fonte celestial, não as fórmulas materiais, mas a
mancha moral da impiedade nova. Por meio deles, enfim, tem reconduzido ao mundo
inteiro– todavia sacudido pela violenta e repentina tempestade da heresia – da
nova perfídia à Fé antiga, da recente insana à primitiva saúde, da cegueira
nova à luz de antes. Mas o que devemos destacar principalmente neste valor
quase divino dos confessores é que defenderam a fé antiga da Igreja e não a
crença de parte alguma dela. Nunca teria sido possível que tão grandes homens
se desdobrassem em um esforço sobre-humano para sustentar as conjecturas erróneas
e contraditórias de um ou dois indivíduos, ou que se dedicassem a fundo em
favor da irreflexiva opinião de uma pequena província. Nos decretos e nas
definições de todos os bispos da Santa Igreja, herdeiros da Verdade, é no que
têm crido, preferindo se expor à morte a trair a antiga fé universal. Assim
mereceram alcançar uma glória tão grande, que foram considerados não só
confessores, mas, com todo direito, príncipes dos confessores. (S. Vicente de Lerins: Comonitório)
Na imagem:
S. VICENTE DE
LERINS
Monge, Recluso na ilha de Lerins
(† antes de 450)
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